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MEUS ESTUDOS EM TÉCNICAS DE ENTREVISTAS E OBSERVAÇÃO

Foto do escritor: Everton AndradeEverton Andrade


 

O PROCESSO PSICODIAGNÓSTICO (ETAPAS)

 

Referências bibliográficas:

 

CARRASCO, L.K & PÖTTER, J.R. Psicodiagnóstico: recurso de compreensão. In: MACEDO, M.M.K. & CARRASCO, L.K. (Con)textos de entrevista: olhares diversos sobre a interação humana. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005, (p. 181-191).

 

CUNHA, J. A. Psicodiagnóstico - V. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000, cap 11 (p.105-138). 

 

OCAMPO, M. L.. S. O processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. 11ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005, cap.1 (p.11-19). 

 

 

A entrevista é uma técnica primordial na área da Saúde Mental e um instrumento largamente utilizado em vários contextos da atuação do psicólogo. É considerada uma técnica de investigação científica em Psicologia.

 

A entrevista é vista como um instrumento de avaliação, utilizada como sistema de interação no processo de avaliar e intervir e na busca de dados de diferentes fontes.

 

Como processo de avaliação psicológica clínica (Psicodiagnóstico), a entrevista psicológica é a primeira etapa, dando início ao plano de avaliação, juntamente com a observação clínica e a aplicação de testes psicológicos.

 

No processo psicodiagnóstico, utiliza-se entrevistas semidirigidas, pois o paciente define o que vai falar primeiro e como será a sua fala. Cabe ao entrevistador, manter uma escuta apurada, sem que perca de vista o foco de investigação que leva ao esclarecimento da queixa ou sintoma do paciente (motivo da consulta).  

 

O processo psicodiagnóstico possui objetivo e tempo limitados, diferente de um processo psicoterápico. É mais comum esse tipo de avaliação ser realizado com crianças, envolvendo as seguintes etapas: entrevistas com os pais ou responsáveis (semidirigida); entrevista de anamnese (história de vida); observação lúdica (ou hora de jogo diagnóstica); aplicação de uma bateria de testes (de acordo com o caso e com a necessidade); devolutiva com os pais e com a criança; encaminhamento e relatório (laudo psicológico).

 

 

Atividades recomendadas:

 

1) Faça uma leitura criteriosa dos três capítulos indicados, observando o uso da entrevista como técnica importante, inserida no processo de avaliação psicológica.

 

2) Reconheça as várias etapas do processo psicodiagnóstico.   

 

3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

 

O campo da entrevista psicológica é essencialmente dinâmico, aberto a variações dentro de certos limites: da parte do entrevistador, cabe observar sua atitude e identificações, entre outros; da parte do entrevistado, suas estruturas de comportamento, traços de caráter, ansiedades e defesas. A entrevista psicológica é uma técnica de investigação científica e considerada como um instrumento fundamental do método clinico, sobre entrevista é INCORRETO afirmar que:

 

a) A entrevista psicológica define-se como a interação entre dois seres, onde alguém procura se expressar e pode ser considerada uma relação interpessoal.

 

b) Em psicologia, a entrevista clinica é um conjunto de técnicas de investigação, de tempo delimitado, dirigido por um entrevistador treinado, que utiliza conhecimentos psicológicos, em uma relação profissional, com o objetivo de descrever a avaliar aspectos pessoais, em um processo que visa fazer recomendações, encaminhamentos ou propor algum tipo de intervenção.

 

c) As entrevistas que fazem parte do Psicodiagnóstico se forem do tipo livre ou totalmente aberta, na qual deixamos o paciente falar o que quiser e quando quiser, respeitando assim o seu timing, não seriam os modelos mais apropriados para esse momento

 

d) A entrevista é uma das possibilidades que o psicólogo tem para tentar compartilhar da experiência subjetiva do sujeito. O entrevistado deve ficar o mais livre possível para expressar as experiências como estas lhe vêm à mente, sem que seja dirigido por perguntas e comentários do entrevistador

 

e) A entrevista psicológica permite uma investigação mais profunda da personalidade do sujeito. Ela deve ser preferencialmente uma entrevista aberta. Também não deve ser considerada uma forma de coletar dados da história do sujeito nem confundida como uma técnica de levantamento de informações como a anamnese.

 

 

 A alternativa incorreta é a letra “e”, pois a entrevista utilizada no processo psicodiagnóstico deve ser semidirigida, apresentando como finalidade, deixar o entrevistado se expressar livremente, mas sem perder o foco da queixa ou motivo da consulta. Além disso, ela é uma técnica de coleta de dados, sendo que a própria anamnese é um tipo de entrevista.    

 

 

 

A ENTREVISTA PSICOLÓGICA (TIPOS DE ENTREVISTA)

Referências bibliográficas:

 

SCHELINI, P. W. Entrevista na clínica, na empresa e na escola: resumo explicativo. Biblioteca da UNIP, s/d.

 

TAVARES, M. A entrevista clínica. In: CUNHA, J. A. Psicodiagnóstico - V. 5ª    Ed. Porto Alegre: Artmed, 2000, cap.5 (p.45-56).

        

 

Como já apresentamos, a entrevista, de um modo geral, é um instrumento muito utilizado em várias áreas de atuação do psicólogo.

 

Vamos agora, classificar os tipos de entrevista de acordo com sua estruturação e seus objetivos.

 

Segundo sua estruturação, a entrevista pode ser classificada como: livre ou não estruturada, fechada ou estruturada e semidirigida ou semiestruturada. 

 

Na entrevista livre ou não estruturada, o entrevistador está interessado no discurso espontâneo do entrevistado e segue o fluxo natural de suas ideias, própria da entrevista psicoterápica. A entrevista fechada ou estruturada é altamente padronizada e requer informações específicas, privilegiando a objetividade e comparação dos dados, por esse motivo, é bastante utilizada na área da pesquisa. Já na entrevista semidirigida ou semiestruturada, o entrevistador tem liberdade de formular as perguntas e organizar sua sequência, o que requer mais experiência, habilidade e treinamento, própria de processos de avaliação psicológica.

 

Segundo os objetivos, podemos classificar os tipos de entrevista em: diagnóstica, psicoterápica, de encaminhamento (ou triagem), de pesquisa, de seleção de pessoal, de anamnese ou de devolução. Para aprofundar melhor cada tipo de entrevista, leia o texto da autora Schelini (s/d), disponível na Biblioteca da UNIP e o capítulo indicado do livro da autora Cunha (2000), ambos citados nas referências acima.  

 

 

Atividades recomendadas:

 

1) Faça uma leitura dos capítulos recomendados na bibliografia.

 

2) Diferencie os tipos de entrevista segundo sua estruturação e seus objetivos.

 

3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

 

Leia com atenção os casos descritos e analise as situações, identificando cada tipo de entrevista, segundo seus objetivos:

 

Situação 1: Marcos, 30 anos. Durante sua entrevista, forneceu muitos dados ao psicólogo, contou sua historia de vida com detalhes e se mostrou muito motivado a fazer um tratamento psicoterapêutico.

 

Situação 2: Lúcia, 18 anos. Logo no inicio da entrevista, soube pelo entrevistador que seria encaminhada para um tratamento diferenciado, e este novo tratamento seria realizado por outro profissional.

 

Situação 3: João, 23 anos. Concordou e consentiu que sua situação fosse utilizada pelo entrevistador, num trabalho de seu interesse, em uma investigação científica.

 

Situação 4: Wagner, 47 anos. Iniciou o seu atendimento contando suas dificuldades a um profissional que atende numa abordagem psicanalítica.

 

Assinale a correspondência correta:

 

a) 1– entrevista diagnóstica; 2– entrevista psicoterápica; 3- entrevista de pesquisa; 4- entrevista de triagem

b) 1– entrevista de encaminhamento; 2– entrevista diagnóstica; 3– entrevista psicoterápica; 4– entrevista de seleção

c) 1– entrevista diagnóstica; 2– entrevista de encaminhamento; 3– entrevista de pesquisa; 4- entrevista psicoterápica

d) 1- entrevista de ajuda; 2- entrevista de triagem; 3- entrevista diagnóstica; 4- entrevista psicoterápica

e) 1- entrevista de triagem; 2- entrevista de encaminhamento; 3- entrevista de pesquisa; 4- entrevista diagnóstica

 

 

A resposta correta é a alternativa “c”, pois apresenta a ordem correta dos tipos de entrevista segundo seus objetivos.

 

 

3) Realize agora os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.

 

 

 

 

 


 

 

 




 

 A ENTREVISTA CLÍNICA (TRANSFERÊNCIA/ CONTRATRANSFERÊNCIA, ANSIEDADE, ENQUADRE, ENTREVISTA COM GRUPOS)

 

 

Referências bibliográficas:

 

BENJAMIN, A. A entrevista de ajuda. 13ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

BLEGER, J. O grupo como instituição e o grupo nas instituições. In: BLEGER, J. Temas de Psicologia: entrevista e grupos. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003, (p.101-122).

OCAMPO, M. L. S. & ARZENO, M. E. G. A entrevista inicial. In: OCAMPO, M. L. S. O processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. 11ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005, cap.2 (p.21-43).  

RAYMUNDO, M. G. B. O contato com o paciente. In: CUNHA, J. A. Psicodiagnóstico - V. 5ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2000, cap.4 (p. 38-44).

SCHELINI, P. W. A entrevista na clínica, na empresa e na escola: resumo explicativo. Biblioteca da UNIP, s/d.

      

Na relação que se estabelece na entrevista, deve-se contar com dois fenômenos significativos:

 

1) Transferência: são as atitudes afetivas que o sujeito vivencia em relação ao entrevistador. Corresponde à atualização de sentimentos e condutas inconscientes por parte do sujeito, que estão associados a modelos que este estabeleceu ao longo de seu desenvolvimento, especialmente na relação interpessoal com o seu meio familiar. Portanto, o sujeito transfere situações e modelos para a realidade presente.

 

2) Contratransferência: são as respostas do entrevistador às manifestações do entrevistado. Incluem todos os fenômenos que aparecem no entrevistador, como emergentes do campo psicológico e os efeitos que têm sobre ele. Portanto, à observação na entrevista, acrescenta-se também a necessidade de auto observação (impressões, sentimentos).

 

Outro aspecto importante a ser observado numa entrevista, diz respeito à ansiedade. A ansiedade é um indicador do desenvolvimento de uma entrevista e deve ser atentamente acompanhada pelo entrevistador. Deve-se estar atento ao seu grau ou intensidade. Durante a entrevista, o entrevistado e o entrevistador se defrontam com uma situação desconhecida e, portanto, ansiógena. A ansiedade deve ser instrumentalizada, isto é, deve se tornar um instrumento de trabalho para o entrevistador.

 

Outro elemento importante na entrevista se refere ao enquadre. Aspectos como o tempo (horário e limite da extensão da entrevista), o espaço (terreno ambiental onde se realiza a entrevista), papel técnico do profissional, bem como, a abertura e o fechamento da entrevista, o tipo de perguntas, as muitas formas de silêncio e a garantia do sigilo profissional por questões éticas.

 

 

Atividades recomendadas:

 

1) Faça uma leitura dos capítulos recomendados na bibliografia.

 

2) Aprofunde-se  mais a respeito desses aspectos que ocorrem numa entrevista psicológica.

 

3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

      

               Do ponto de vista psicanalítico, a transferência e a contratransferência são fenômenos comuns no que diz respeito à relação entrevistador-entrevistado e terapêuta-paciente. Analise as afirmativas abaixo:

 

I - Na transferência o entrevistador pode ficar dependente do afeto do entrevistado, deixando-se envolver por elogios e propostas de ajuda. 

II - Na contratransferência o entrevistado atribui papéis ao entrevistador e se comporta em função dos mesmos.

III - A transferência possibilita que o entrevistador perceba o insconsciente do entrevistado.   

 

Assinale a alternativa correta:

 

a) Apenas a afirmativa I é verdadeira.

b) Apenas a afirmativa II é verdadeira

c) Apenas a afirmativa III é verdadeira 

d) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras

e) As afirmativas I, II e III são verdadeiras

 

 

A resposta correta é a letra “c”. A afirmativa I é incorreta, pois a transferência ocorre no entrevistado, e não no entrevistador. A afirmativa II é incorreta, pois é na transferência que o entrevistado atribui papéis ao entrevistador.   

                      

  

 

 

A ENTREVISTA CLÍNICA (AJUDA, REGISTRO E TIPOS DE PERGUNTAS)

 

 

Referências bibliográficas:

 

BENJAMIN, A. A entrevista de ajuda. 11ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

 

OCAMPO, M. L. S. & ARZENO, M. E. G. A entrevista inicial. In: OCAMPO, M. L. S. O processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. 11ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005, cap.2 (p.21-43).  

          

RAYMUNDO, M. G. B. O contato com o paciente.In: CUNHA, J. A. Psicodiagnóstico - V. 5ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2000, cap.4 (p. 38-44)..

            

SCHELINI, P. W. A entrevista na clínica, na empresa e na escola: resumo explicativo. Biblioteca da UNIP, s/d.

 

 

Segundo Alfred BENJAMIN (2011), a entrevista de ajuda tem como principal objetivo auxiliar o paciente. Segundo esse autor, ajudar é um ato de capacitação, ou seja, o entrevistador deve capacitar (promover a capacidade) do entrevistado a reconhecer, sentir e escolher se deve mudar. Este ato exige “doação” (dedicação) por parte do entrevistador.

 

Para a entrevista clínica transcorrer de forma adequada, é necessário considerar alguns aspectos do ambiente e do psicólogo, que podem influenciar no desenvolvimento da entrevista: os fatores externos (sala de atendimento adequada e sem barulhos, evitando interrupções)e internos (desejo de ajudar do psicólogo e conhecer a si mesmo para compreender o outro).

 

Outro aspecto importante, diz respeito ao registro da entrevista. A anotação, quando necessária, não deve interferir no ritmo da entrevista. Seja qual for a forma de anotação, deve-se esclarecer a sua importância durante a entrevista, bem como, a garantia do sigilo dos dados.

 

Outra questão importante diz respeito à gravação da entrevista. Eticamente é correto avisar o entrevistado e solicitar o seu consentimento, garantindo a segurança das informações prestadas.

 

As perguntas utilizadas durante a entrevista dependem dos objetivos desta. Existem vários tipos de perguntas:

 

- Pergunta aberta: é ampla, permite ao entrevistado amplas possibilidades e alarga o campo perceptivo, além de aprofundar o contato.

 

- Pergunta fechada: é restrita a uma resposta específica e limita o contato.

 

- Perguntas diretas: indicam interrogações precisas.

 

- Perguntas indiretas: são perguntas sem parecer serem, geralmente aparecem sem um ponto de interrogação no final da frase.

 

- Perguntas duplas: limita o entrevistado a uma de duas alternativas.

 

- Bombardeio de perguntas: deve ser evitado, pois dificulta a relação.

 

- Por que?: também deve ser evitado, muitas vezes conota uma reprovação, culpa ou condenação.

 

 

           

Atividades recomendadas:

 

1) Faça uma leitura dos capítulos recomendados na bibliografia.

 

2) Aprofunde-se mais a respeito dessas questões que ocorrem numa entrevista psicológica.

 

3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

        

              Com relação à comunicação entre o entrevistador e o entrevistado, assinale a alternativa correta:

 

I - A meta do entrevistador é facilitar a comunicação, mas, com frequência, surgem obstáculos que impedem, distorcem ou complicam a relação entre ambos.

 

II- Quanto menos defensivo for o entrevistador, mais será possível ajudar o entrevistado a deixar de lado as suas defesas.

 

III- A comunicação melhora se o entrevistador concorda com as ideias, os sentimentos ou os valores trazidos pelo entrevistado.

 

IV- Para uma entrevista psicológica ser bem sucedida, o entrevistador deve fazer muitas perguntas para esclarecer o motivo da consulta e compreender melhor a dinâmica do entrevistado.   

 

a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas

b) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas

c) Apenas a afirmativa III está incorreta

d) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas

e) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas

 

 

A resposta correta é a alternativa “a”. No item III, não é função do entrevistador concordar ou discordar do entrevistado. O item IV também é incorreto, pois fazer muitas perguntas não garante que a entrevista será bem sucedida, ao contrário, numa primeira entrevista é melhor escutar mais do que fazer muitas perguntas.

 

 

4) Realize agora os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.







 






 

 

A ENTREVISTA DE ANAMNESE

 

 

Referências bibliográficas:

 

CUNHA, J. A. A história do examinandoIn: CUNHA, J.A. Psicodiagnóstico - V. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000, cap. 6 (p. 57-66). .

 

 

Segundo CUNHA (2000), a história e o exame do estado mental do paciente também constituem recursos básicos de um diagnóstico, pois permitem a coleta de dados e subsídios introdutórios que vão fundamentar o processo psicodiagnóstico.

 

A medida que o paciente relata a sua história, o clínico tem condições de avaliar alguns aspectos do exame do estado mental do paciente.

 

A entrevista de anamnese envolve um levantamento do desenvolvimento do paciente, com intuito de obter detalhes de sua vida.

 

A história clínica do paciente é chamada de história da doença atual. Ela pretende caracterizar a emergência de sintomas ou de mudanças comportamentais, numa determinada época e a sua evolução até o momento atual.

 

A história pessoal ou anamnese pressupõe uma reconstituição global da vida do paciente, como um marco referencial em que a problemática atual se enquadra e ganha significação. A história pessoal deve ser enfocada conforme os objetivos do exame e dependendo do tipo e da idade do paciente.

 

A anamnese é frequentemente utilizada como um tipo de entrevista na avaliação psicológica de crianças, sendo que o psicólogo segue um roteiro onde constam todas as fases do desenvolvimento infantil. A maior ou menor ênfase a ser dada a cada tópico vai depender dos objetivos do exame realizado.  

 

Contexto familiar: geralmente é útil investigar o núcleo familiar. Deve-se procurar descrever o contexto familiar, desde a concepção (ou da adoção da criança), bem como, condições socioculturais e emocionais do casal, as relações afetivas do casal e da família, suas expectativas e planejamento familiar.

 

História pré-natal e perinatal: é importante descrever como transcorreu a gestação do ponto de vista físico e psicológico, como foi o parto, bem como, aspectos nutricionais, doenças, acidentes, uso de medicamentos, entre outros.

 

Primeira infância (até os 3 anos): nessa fase é importante investigar a qualidade da relação materno-infantil, desde a ligação simbiótica primária até a fase de separação-individuação.     

    

Infância intermediária (3 a 11 anos): geralmente é nessa fase que há um alargamento da rede de relações sociais da criança, pelo seu ingresso na escola, portanto, é importante investigar todos os aspectos da vida da criança em seu desenvolvimento.

 

Pré-puberdade, puberdade e adolescência: deve-se analisar a facilidade ou não de estabelecer e manter relações sociais e a participação em grupos (irmãos, colegas, amigos), bem como, conflitos e dificuldades na relação com figuras de autoridade (pais, professores). Também é importante registrar a história escolar, em termos de desempenho, aproveitamento, ajustamento e interesses específicos.

 

Idade adulta: os principais temas a serem abordados incluem as relações sociais, a área sexual, a história conjugal e as atitudes frente a mudanças ocorridas na vida.  

 

Em processos psicodiagnósticos de crianças e adolescentes, em geral, realizam-se entrevistas com os pais ou responsáveis, que constituirá realmente uma fonte primária de dados. 

 

No caso da criança, a perspectiva do desenvolvimento é crucial, devido à precisão cronológica dos dados da anamnese, o que permite uma dimensão mais profunda na compreensão do caso.

 

Para a coleta de dados, contamos fundamentalmente com as informações da mãe, e pode-se iniciar pela queixa, procurando-se ter uma percepção da sintomatologia atual, que serve como referencial para identificar conflitos ou áreas de desenvolvimento que devem ser mais investigados.

 

 

 Atividades recomendadas:

 

1) Faça uma leitura do capítulo recomendado na bibliografia

 

2) Aprofunde-se mais a respeito da entrevista de anamnese realizada principalmente no processo psicodiagnóstico infantil.

 

3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

         

                 Assinale (V) Verdadeiro ou (F) Falso para as seguintes afirmativas que se referem à entrevista de Anamnese:

 

I- A entrevista de anamnese pressupõe uma reconstituição global da vida do paciente, como um marco referencial em que a problemática atual se enquadra e ganha significado.

 

II- A anamnese deve ser enfocada conforme os objetivos do exame.

 

III- A anamnese independe das áreas de conflito que deverão ser mais exploradas.

 

IV- O psicólogo sempre deve seguir um roteiro pré-estabelecido, sem dar maior ou menor ênfase a cada tópico.

 

V- A anamnese é um tipo de entrevista psicológica.

 

Assinale a alternativa correta:  

 

a) V, V, F, F, V

b) V, F, V, F, V

c) F, V, V, F, V

d) V, V, V, F, V

e) F, V, F, V, F

 

 

A resposta correta é a alternativa “a”. A afirmativa III é falsa, pois todos os aspectos da vida do paciente devem ser investigados. A afirmativa IV também é falsa, pois a maior ou menor ênfase a ser dada a cada tópico vai depender dos objetivos do exame realizado.  

 

 

4) Realize agora os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.

 

 

        

 

 

 


 






 

A ENTREVISTA NA EMPRESA

 

 

Referências bibliográficas:

 

RAMOS, F. Entrevista na empresa: entrevista de seleção. In: MACEDO, M.M.K. & CARRASCO, L.K. (Con)textos de entrevista: olhares diversos sobre a interação humana. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005, (p. 261-279).

            

SCHELINI, P. W. A entrevista na clínica, na empresa e na escola: resumo explicativo. Biblioteca da UNIP, s/d.

 

 

A entrevista de seleção é utilizada em empresas e instituições com o objetivo de buscar a pessoa adequada para preencher um cargo.

 

Os procedimentos utilizados em uma entrevista de seleção são:

 

1) Realizar a análise do cargo: consiste em definir o nome e os objetivos do cargo.

 

2) Realizar a análise de atividades: definir quais atividades deverão ser feitas para que se atinja os objetivos do cargo.

 

3) Especificar as habilidades e experiência necessárias para o cargo: definir quais habilidades e que tipo de experiência o entrevistado deve possuir para um adequado desempenho do cargo.

 

Após realizar as análises do cargo, das atividades e habilidades necessárias, é fundamental que seja elaborado um roteiro de perguntas.

 

As perguntas devem ser formuladas sempre tendo em vista as análises mencionadas, de modo que não sejam obtidos dados inúteis, ou haja ausência de informações.

 

A análise antecipada do currículo também pode fornecer importantes dados para a entrevista.

 

 

Atividades recomendadas:

 

1) Faça uma leitura dos capítulos recomendados na bibliografia.

 

2) Aprofunde-se mais a respeito dos procedimentos utilizados em uma entrevista de seleção.

 

3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

    

       Uma entrevista realizada em uma empresa, para efeitos de seleção, deve respeitar algumas etapas. Assinale a alternativa que corresponde à adequada ordenação das etapas.

 

a) Elaborar o roteiro, preparar o ambiente, realizar a entrevista, analisar o currículo.

b) Preparar o ambiente, realizar a análise de cargo, analisar as atividades, analisar o currículo, entrevistar.

c) Analisar o currículo, analisar o cargo e as atividades, elaborar o roteiro, definir as habilidades, entrevistar.

d) Analisar o cargo, analisar as atividades, definir as habilidades exigidas, analisar o currículo, elaborar roteiro de perguntas, entrevistar.

e) Definir as habilidades exigidas, analisar o currículo, preparar o ambiente e entrevistar.

       

 

A alternativa correta é a letra “d”, pois apresenta corretamente a ordem de realização dos procedimentos da entrevista de seleção.

 

 

 

A ENTREVISTA NA ESCOLA

 

 

Referências bibliográficas:

 

MOREIRA, J.P. Entrevista na escola. In: MACEDO, M.M.K. &   CARRASCO, L.K. (Con)textos de entrevista: olhares diversos sobre a interação humana. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005, (p. 225-235).

 

SCHELINI, P.W. A entrevista na clínica, na empresa e na escola: resumo explicativo. Biblioteca da UNIP, s/d.

      

 

A entrevista realizada pelo psicólogo na escola ocorre em um contexto de diagnóstico psicopedagógico. Nesse contexto, a escola (mais especificamente o professor) é o agente da demanda, ou seja, é ela, e não os pais, que percebe determinadas dificuldades dos alunos (problemas relacionados ao comportamento ou à aprendizagem principalmente) e solicita os serviços do psicólogo.

 

1) Entrevista com o professor: Antes que o psicólogo realize a entrevista com o professor, é importante que ele preencha uma folha de encaminhamento, para especificar o problema do aluno. Ao entrevistar o professor, o psicólogo deve ampliar as informações sobre os motivos do encaminhamento e sobre as dificuldades e possibilidades do aluno em relação ao grupo e à aula, investigando os aspectos positivos da criança e suas dificuldades. Deve também desvendar o que o professor tem feito até o momento do encaminhamento da criança e se tem falado com os pais dela.

 

2) Entrevista com os pais: no contexto escolar, é o psicólogo que chama os pais para pedir a colaboração deles na resolução dos conflitos que estes pais podem até desconhecer. Na maioria das vezes, o pai e a mãe são convocados para a entrevista. O psicólogo deve informar e explicar aos pais qual é a situação do filho na escola e também ouvir o que estes sabem ou pensam a respeito das dificuldades apresentadas. Deve, ainda, estabelecer o que será feito para tentar modificar a situação, juntamente com os pais, definindo de forma conjunta, os objetivos possíveis. 

 

O psicólogo deve também chamar o próprio aluno e conversar a respeito de suas dificuldades na escola.   

 

  

 Atividades recomendadas:

 

1) Faça uma leitura dos capítulos recomendados na bibliografia.

 

2) Aprofunde-se mais a respeito dos procedimentos utilizados em uma entrevista escolar.

 

3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

  

           A entrevista escolar ocorre num contexto de diagnóstico psicopedagógico. Nesse sentido é correto afirmar que:

 

I- A finalidade da entrevista com o professor é a de compreender as dificuldades que o aluno encontra em sala de aula, independente do papel do professor.

 

II- O psicólogo, muitas vezes, necessita chamar os pais e pedir a colaboração destes no entendimento e resolução das dificuldades do aluno.

 

III- No processo de diagnóstico psicopedagógico, o próprio aluno pode ser chamado para falar de suas dificuldades.

 

IV- No contexto escolar, o agente da demanda são os pais, que solicitam a avaliação do psicólogo escolar.

 

V- Esse modelo de entrevista é diferente do modelo clínico.

 

Assinale a alternativa correta, utilizando como referência (V) Verdadeiro ou (F) Falso: 

 

a) F, V, V, V, F

b) V, V, V, F, V

c) F, F, V, F, F

d) V, F, F, V, F

e) F, V, V, F, V

 

A resposta correta é a letra “e”. A afirmativa I é falsa, pois as dificuldades do aluno podem depender também do papel do professor. A afirmativa IV também é falsa, pois no contexto escolar, o agente da demanda é a escola, mais especificamente o professor, que percebe alguma dificuldade no aluno.    

 

 

4) Realize agora os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.





 





  

O LAUDO PSICOLÓGICO: DEFINIÇÃO, CARACTERÍSTICAS, OBJETIVOS E ESTRUTURAÇÃO.

 

Referências bibliográficas:

 

PELLINI, M. C. B. M. Elaboração de documentos escritos com base em avaliação psicológica: cuidados técnicos e éticos. In: BARROSO, S.M., COMIN, F. S. & NASCIMENTO, E. Avaliação Psicológica: da teoria às aplicações. Petrópolis: Vozes, 2015, cap.2 (pág.44-57).

 

Laudo psicológico é a conclusão a respeito de uma avaliação realizada. Segundo Pellini (2015), a avaliação psicológica é uma esfera da Psicologia que compreende um conjunto de conhecimentos, práticas, técnicas e instrumentos. É requisitada como instrumento para subsidiar decisões, diminuir dúvidas sobre habilidades/comportamentos/potencialidades/traços de personalidade, de indivíduos ou grupos. Os procedimentos técnicos envolvidos na avaliação psicológica referem-se aos instrumentos, bem como, as consequências éticas de suas aplicações. Implica na elaboração, escolha de instrumentos, aplicação e fornecimento dos resultados, sendo um equívoco considerar a avaliação psicológica somente como geradora de um produto. Além disso, o laudo psicológico pode ser considerado uma expressão da competência profissional.

Espera-se que a partir dele, medidas possam ser tomadas para intervenções individuais ou coletivas. O laudo serve não apenas ao psicólogo, mas também aos outros profissionais cujo trabalho depende dos resultados de uma avaliação psicológica, como juízes, professores e médicos. 

 

O laudo deve ser redigido de forma precisa, clara e objetiva, constando apenas as informações necessárias à tomada de decisões. A redação deve estar bem-estruturada e definida, expressando objetivamente o que se quer comunicar. O psicólogo deve utilizar expressões concisas, próprias da linguagem profissional, com correlação adequada das frases. Como conclusão de um procedimento específico, deve ser apresentado sob forma escrita, para impedir sua modificação. 

 

Portanto, o laudo constitui a última etapa do um processo de avaliação psicológica.

 

O laudo psicológico deve conter o solicitante, ou seja deve ser endereçado a quem solicitou a avaliação.

 

Deve-se evitar os seguintes erros/falhas: excesso de termos técnicos; demonstração de cientificismo; apresentação de resultados sem uma visão integrada dos dados; uso de sentenças com abreviaturas; uso de “chavões” e inferência de resultados.

 

De acordo com a Comissão de Ética do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, os laudos/relatórios não devem ser: tendenciosos a favor do contratante; laudo taxativo; laudo que não deixa claro se a afirmação apresentada era da pessoa entrevistada ou do psicólogo; laudo que apresenta características de personalidade de alguém não avaliado, inclusive lhe atribuindo psicopatologias; mudança do foco inicial da avaliação da criança para um dos pais; falta de embasamento técnico e metodológico para algumas conclusões, entre outros.

 

Desta forma, o psicólogo deve buscar parâmetros técnicos e éticos para poder elaborar um documento escrito de forma adequada e principalmente pautada na ética profissional. Deve-se buscar referências que indiquem considerações essenciais a serem feitas. Ao psicólogo só é possível apresentar informações, discutir, concluir e compartilhar sobre aquilo que foi mérito, foco de seu trabalho.

 

Concluindo, o laudo deve conter:

 

- Identificação

- Motivo da consulta

- Descrição física do sujeito

- Impressão geral obtida durante o rapport

- Comportamento do examinando

- Variáveis ambientais

- Instrumentos utilizados na avaliação

- Planejamento

- Resultados dos testes

- Conclusão

 

Atividade recomendada:

 

1) Faça uma leitura do capítulo recomendado na bibliografia.

 

2) Aprofunde-se mais a respeito dos tópicos que caracterizam um laudo psicológico.

 

3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

 

         Analise as afirmativas a seguir, que se referem ao Laudo Psicológico e em seguida escolha a alternativa incorreta: 

 

a) O laudo psicológico pode ser considerado uma expressão da competência profissional.

b) A importância do laudo serve não apenas ao psicólogo, mas principalmente aos outros profissionais cujo trabalho depende dos resultados de uma avaliação psicológica.

c) Juízes, professores, médicos ou donos de empresas podem basear seu trabalho nos resultados de um relatório psicológico. 

d) O laudo é um documento comprobatório de uma avaliação psicológica.

e) Precisão, clareza o objetividade fazem parte de uma situação de avaliação profissional, mas num relatório técnico deve prevalecer a subjetividade do avaliador. 

 

A afirmativa incorreta é a letra “e”, pois o laudo deve ser preciso, claro e objetivo e, portanto, deve prevalecer a “objetividade” do avaliador.

 

 

4) Realize agora os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.

 

 




 






 

O LAUDO PSICOLÓGICO: Resolução nº 006/2019 – Elaboração de Documentos Escritos produzidos pelo psicólogo.

 

 

Referências bibliográficas:

 

ALVES, M. M. & SILVA, R. S. Exemplo de documento técnico: avaliação de um caso de suspeita de TDAH. In: BARROSO, S. M., COMIN, F. S. & NASCIMENTO, E. Avaliação Psicológica: da teoria às aplicações. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015, cap. 4 (pág.92-102).

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Código de Ética Profissional do Psicólogo. Brasília, Agosto/2005.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução 006/2019.

 

No ano de 2019, o CFP (Conselho Federal de Psicologia), sob a forma da Resolução 006/2019, instituiu um Manual de Elaboração de Documentos Escritos produzidos pelo psicólogo, decorrentes de avaliação psicológica. Esta resolução revoga as resoluções anteriores que tratavam sobre o tema: a Resolução CFP nº 15/1996, a Resolução CFP nº 07/2003 e a Resolução CFP nº 04/2019.

  

De acordo com essa nova Resolução, o psicólogo, na elaboração de seus documentos, deverá adotar como princípios norteadores as técnicas da linguagem escrita e os princípios éticos, técnicos e científicos da profissão.

 

Os princípios técnicos da linguagem escrita referem que o documento deve apresentar uma redação bem estruturada, expressando o que se quer comunicar, expressando e garantindo a precisão, a clareza e a concisão das informações prestadas.

 

Os princípios éticos garantem que o psicólogo baseará suas informações observando os princípios e dispositivos do Código de Ética Profissional do Psicólogo, enfatizando os cuidados em relação aos deveres do psicólogo nas suas relações com a pessoa atendida, ao sigilo profissional, às relações com a justiça e ao alcance das informações.

 

Os princípios técnicos postulam que o processo de avaliação deve considerar as determinações históricas, sociais, econômicas e políticas de seu objeto de estudo. Os psicólogos, ao produzirem documentos escritos, devem se basear exclusivamente nos instrumentos técnicos (entrevistas, testes, observações, dinâmicas de grupo, escuta, intervenções verbais) que se configuram como métodos e técnicas psicológicas para a coleta de dados.

 

Segundo a Resolução, há quatro modalidades de documentos:

 

I - Declaração;


II - Atestado Psicológico;


III - Relatório


     a) Psicológico;


     b) Multiprofissional;


IV - Laudo Psicológico;


V - Parecer Psicológico.

 

A Resolução do CFP se encerra, instituindo a validade dos conteúdos dos documentos, bem como a guarda dos documentos (prazo mínimo de 5 anos) e as condições de guarda, definidas pelo Código de Ética do Psicólogo. Ainda, ao final da Resolução, constam informações sobre o destino e envio de documentos e a entrevista de devolutiva.

 

 

Atividades recomendadas:

 

1) Para aprofundar esses dados faça uma leitura criteriosa da Resolução nº 006/2019, recomendada na bibliografia.

 

2) Leia atentamente a respeito das modalidades de documentos, observando as suas principais características, diferenças e finalidades.

 

3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

 

De acordo com a Resolução nº 006/2019, do Conselho Federal de Psicologia a respeito do laudo psicológico, assinale a alternativa correta: 

 

a) O laudo psicológico é uma apresentação descritiva acerca de situações e/ou condições psicológicas, porém deve evitar refletir ou referir sobre suas determinações históricas, sociais, políticas e culturais.

b) O laudo deve ser subsidiado em dados colhidos especialmente com fontes isentas de informações, como amigos e familiares do paciente. O próprio paciente não terá condições de ser um bom informante ao psicólogo.

c) A finalidade do relatório será a de apresentar os procedimentos e conclusões gerados pelo processo de avaliação psicológica. 

d) O laudo não deve limitar-se a fornecer somente as informações necessárias relacionadas à demanda, solicitação ou petição. 

e) O laudo deve ser utilziado apenas para explicar a psicopatologia do paciente. 

 

 

A alternativa correta é a letra “c”, pois, segundo a Resolução do CFP, o laudo deve ser consequência de uma avaliação psicológica.

 

 

Realize agora os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.






 







 

A ENTREVISTA DE AJUDA

 

 

Referências bibliográficas:

 

BENJAMIN, A. (2011). A entrevista de ajuda. São Paulo: Martins Fontes, 11ª ed.

 

 

Muitas são as colaborações de Benjamin (2011) acerca da realização de uma entrevista psicológica.

 

Em seu livro, o autor discute acerca das principais caraterísticas da entrevista, sobretudo no contexto clínico, enfatizando a importância da comunicação entre o entrevistador e o entrevistado, bem como as principais dificuldades e obstáculos à comunicação estabelecida entre ambos.

 

Entre os vários aspectos abordados por Benjamin (2011), encontram-se os três estágios da entrevista:

 

1) Abertura ou colocação do problema:

 

- É situado o assunto ou problema que motivou o encontro entre entrrevistador e entrevistado.

 

- Importante a disponibilidade do entrevistador, favorecendo e facilitando o contato com o entrevistado.

 

 

2) Desenvolvimento ou exploração:

 

- Uma vez que o assunto foi situado e aceito, passa então a ser examinado, explorado.

 

- Corresponde ao exame mútuo do assunto, verificando todos os aspectos envolvidos direta ou indiretamente.

 

 

3) Encerramento:

 

- O entrevistador deve moldar um final para o contato e a separação.

 

-Considerar dois fatores básicos:

 

     a) O entrevistador e o entrevistado devem ter consciência de que o encerramento está ocorrendo.

 

     b) Durante a fase de encerramento, nenhum material novo deverá ser introduzido ou discutido. Caso seja necessário, deve-se marcar outra entrevista para discutí-lo.

 

- É de responsabilidade do entrevistador lidar com esses fatores de modo eficaz.

 

- As afirmações do encerramento devem ser curtas e diretas.

 

 

Atividades recomendadas:

 

1) Faça uma leitura do livro recomendado na bibliografia.

 

2) Aprofunde-se mais a respeito dos tópicos abordados nesse tema.

 

3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

  

 

       Em uma entrevista inicial, a fala livre incentiva o paciente a falar a respeito das razões que o fizeram procurar tratamento psicológico. São finalidades da fala livre:

 

I – Estabelecer o entrevistador como alguém que se interessa em ouvir as preocupações do paciente.

 

II – Propiciar ao paciente a oportunidade de organizar e explorar as razões que o fizeram buscar tratamento.

 

III – Possibilitar a fala espontânea do paciente, pois será possível observar “o que” o paciente fala e “como” fala a respeito de suas dificuldades.  

 

IV – Direcionar a conversa com o paciente, descobrindo o que é mais importante na mente dele.

 

Assinale a alternativa correta:

 

a) Apenas I e II

b) Apenas III e IV

c) Apenas II, III e IV

d) Apenas I, II e III

e) I, II, III e IV

 

 

A resposta correta é a alternativa “d”, pois a afirmativa IV está incorreta: na fala livre, o entrevistador não direciona a conversa, ao contrário, promove um espaço em que o paciente fala livremente a respeito de si e de suas dificuldades.

 

  

4) Realize agora os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução.

 







 









 

A ENTREVISTA NO CONTEXTO DA PESQUISA

 

 

Referências bibliográficas:

 

NUNES, M.L.T. Entrevista como instrumento de pesquisa. In: MACEDO, M.M.K. & CARRASCO, L.K. (Con)textos de entrevista: olhares diversos sobre a interação humana. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005, (p. 207-222).

 

 

 

Segundo NUNES (2005), a entrevista é um método atrativo ao pesquisador. Tem por base a conversação, envolvendo perguntar ou discutir temas com os entrevistados. É um instrumento metodológico muito utilizado por pesquisadores que utilizam a abordagem qualitativa de coleta e análise de dados.

 

No contexto da pesquisa, o objetivo do pesquisador é o de obter falas daqueles que ele pressupõe capazes de ter o que dizer sobre o tema de seu projeto.

 

Para efeitos de pesquisa também é utilizada a entrevista semiestruturada, sendo, então, uma conversação com um interlocutor do pesquisador. A entrevista é uma possibilidade de acessar aquilo que uma pessoa tem em sua mente e que não é passível de observação direta: pensamentos, sentimentos, intenções, comportamentos que ocorreram no passado, sendo possível dessa forma, acessar a perspectiva de outra pessoa a respeito de temas diversos.

 

Portanto, o entrevistador define um roteiro de entrevista, ou seja, um conjunto de temas antes da entrevista para vir a ser explorado com cada entrevistado. Tal roteiro serve como uma lista básica de questões a serem cobertas ao longo da entrevista, de modo a garantir que todos os temas relevantes sejam trabalhados.

 

Durante a entrevista, o entrevistador adapta tanto a forma de frasear as questões como a sequência a formular com cada entrevistado. Ou seja, o roteiro de entrevista serve para orientar o entrevistador que, entretanto, tem liberdade de explorar, experimentar, formular questões para elucidar e clarear algum tema ao longo da tarefa. Essa liberdade permite ao entrevistado falar aquilo que lhe é de significado central, mas com uma estrutura flexível, assegurando ao entrevistador que todos os tópicos cruciais para o estudo sejam abordados.

 

Formulação de questões: perguntar é a maneira mais universal e direta de obter informações para compreender o que se deseja saber de parte do pesquisado. Para que possa responder, o pesquisador deve construir seu roteiro de entrevista (conteúdo das questões, sequência em que são formuladas, vocabulário e verbos empregados). Em geral a formulação das questões devem conter frases curtas, claras e simples. Deve-se evitar: termos técnicos, verbos negativos ou positivos e, ainda, termos como “nunca”, “sempre” ou “ninguém”.  

 

Para conduzir a entrevista o entrevistador deve elencar uma série de atividades, como: preparar o gravador, preparar a colocação de cadeiras e iniciar com uma questão sobre a própria entrevista. Ao finalizar a entrevista, deve perguntar ao entrevistado se deseja acrescentar mais algum dado e, é claro, agradecer a participação do entrevistado.      

 

Para analisar os dados de uma pesquisa, Bardin (1977) apud Nunes (2005) desenvolveu uma método para a análise dos conteúdos dos dados obtidos, de modo a descrevê-los. Para tanto, o material produzido deve ser transformado em categorias de análise e de interpretação dos resultados, preservando sempre todo o rigor científico.

 

Também é importante ressaltar que todos os dados coletados envolvem as considerações éticas da pesquisa, que garantem o consentimento informado, o direito à privacidade e a proteção contra danos dos sujeitos da pesquisa. O uso do termo de consentimento é obrigatório na pesquisa e está regulamentado pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 1996) e pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2000).  

     

 

 

Atividades recomendadas:

 

1) Faça uma leitura do capítulo recomendado na bibliografia.

 

2) Aprofunde-se mais a respeito das características de uma entrevista de pesquisa.

 

3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

 

 

      A entrevista é uma técnica largamente utilizada também no contexto da pesquisa em Psicologia. Portanto, os dados coletados em uma entrevista de pesquisa, devem passar por uma análise de conteúdo. São características dessa análise:

 

I – A elaboração de categorias temáticas, que serão passíveis de análise e de interpretação.

 

II – As entrevistas gravadas devem ser resumidas com a finalidade de se utilizar o material verbalizado pelos entrevistados.

 

III – É necessário identificar cada entrevista por número ou por um nome fictício, de modo a preservar o sigilo sobre a identidade dos entrevistados.  

 

 

Assinale a alternativa correta:

 

a) Apenas I

b) Apenas II

c) Apenas II e III

d) Apenas I e III

e) I, II e III

 

 

A resposta correta é a alternativa “d”. A afirmativa II é incorreta, pois as entrevistas gravadas devem ser transcritas na íntegra, possibilitando ao pesquisador penetrar nos conteúdos verbalizados pelos entrevistados.

 

 

 

 

A ENTREVISTA DE TRIAGEM

 

 

Referências bibliográficas:

 

MARQUES, N. Entrevista de Triagem: espaço de acolhimento, escuta e ajuda terapêutica. In: MACEDO, M.M.K. & CARRASCO, L.K. (Con)textos de entrevista: olhares diversos sobre a interação humana. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005, (p. 161-180).

 

 

 

As instituições privadas, os centros de saúde, as clínicas sociais e os hospitais recebem uma significativa demanda de pacientes que trazem suas queixas, seus traumas e seus sofrimentos com o intuito de livrarem-se dos sintomas que os atormentam.

 

Essas pessoas, muitas vezes não têm a menor ideia do tipo de tratamento de que necessitam, e buscam ser acolhidas, aceitas e respeitadas em sua dor psíquica. Por isso, a entrevista de triagem pode representar para a pessoa um lugar de continência de que elas precisam.

 

As entrevistas de triagem são entrevistas clínicas semidirigidas ou semiestruturadas. Cabe ao entrevistador garantir um ambiente de sigilo, confortável e livre de interrupções a fim de que o entrevistado se sinta à vontade para falar sobre seus problemas e dificuldades.

 

O entrevistador também deve estar atento a sua função de observar as comunicações não verbais e as diversas outras formas de apresentação do entrevistado, como sua postura, forma de vestir, maneira de falar, entre outros aspectos.

 

O entrevistado deve ser convidado a ter uma participação ativa e cooperativa, informando e comunicando a respeito de suas dificuldades, sentimentos e conflitos.

 

Os fenômenos da transferência e contratransferência também devem ser observados em uma entrevista de triagem, bem como a ansiedade despertada.  

 

Como objetivos da entrevista de triagem, destacamos a importância de conhecer a história de vida do entrevistado, sua história atual e a história pregressa.

 

A triagem, como um primeiro filtro, tem a função de buscar as informações básicas sobre o paciente, bem como formular recomendações diagnósticas e terapêuticas necessárias. Esse tipo de entrevista pode também apresentar efeitos terapêuticos.

 

A entrevista de triagem apresenta três fases: 1) Fase inicial (abertura e colocação do problema); 2) Fase intermediária: (desenvolvimento e exploração da queixa) e 3) Fase final (encerramento da entrevista).

 

 

Atividades recomendadas:

 

1) Faça uma leitura do capítulo recomendado na bibliografia.

 

2) Aprofunde-se mais a respeito das características da entrevista de triagem.

 

3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

 

 

         A entrevista de triagem é muito utilizada em clínicas sociais, instituições privadas, em centros de saúde e hospitais, locais onde existe uma significativa demanda de pacientes, que trazem suas queixas, seus traumas e sofrimentos. Assinale a alternativa que melhor define a finalidade de uma entrevista de triagem:

 

a) Tem como objetivo a comparação dos dados entre sujeitos.

b) Visa avaliar as habilidades do sujeito. 

c) Tem por objetivo indicar um tratamento ao paciente.

d) Visa acompanhar o paciente e realizar intervenções psicológicas.

e) Visa estabelecer um diagnóstico do paciente.

 

 

A resposta certa é a letra “c”. A letra “a” refere-se à entrevista de pesquisa; a letra “b” é o objetivo da entrevista em seleção de pessoal. A letra “d” faz referência à entrevista psicoterápica e a letra “e” diz respeito à entrevista diagnóstica.

 

 

4) Realize agora os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.

 






 






Este módulo, denominado Estudos Disciplinares, contém exercícios que possibilitam o estudo da técnica de entrevista e de observação como um dos instrumentos utilizados para a prática profissional. Assim como, exercícios sobre a elaboração de laudos psicológicos, de acordo com os princípios técnicos e éticos.

A bibliografia básica que poderá ser utilizada para auxiliá-los a resolver os exercícios são:

BENJAMIN, A. A entrevista de ajuda. 13ª ed. São Paulo: Martins Fontes,      2011.

MACEDO, M. M. K. & CARRASCO, L. K. (Con)textos de entrevista: olhares diversos sobre a interação humana. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.

BARROSO, S. M., COMIN, F. S. & NASCIMENTO, E. Avaliação Psicológica: da teoria às aplicações. Petrópolis: Vozes, 2015.

Além desta bibliografia, complementarmente, poderão ser utilizadas:

BLEGER, J. Temas de Psicologia: entrevista e grupos. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Código de Ética Profissional do Psicólogo. Brasília, 2005 e Resolução 006/ 2019.

CUNHA, J. A. Psicodiagnóstico – V. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

OCAMPO, M. L. S. O processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. 11ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

SCHELINI, P. W. Entrevista na clínica, na empresa e na escola: resumo explicativo. Biblioteca da UNIP, s/d.

 








 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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