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Traumas são experiências marcantes que podem promover adoecimento psíquico.
Comumente, a palavra “trauma” é empregada para descrever situações aversivas que envolvem estresse e produzem uma experiência negativa.
Quando se ouve a expressão “trauma" associamos mais diretamente o termo a traumas psicológicos, causados por alguma experiência marcante que atravessamos. Porém, o trauma também pode ser físico, e é dele que vamos tratar aqui. Chama-se trauma uma lesão que é produzida por uma ação externa ao corpo. Ela pode ser por violência física ou química, bem como por quedas, queimaduras, acidentes automobilísticos ou acidentes domésticos.
https://www.hospitalbrasilia.com.br/blog/trauma-o-que-e-quais-os-diferentes-tipos-e-como-tratar/
O trauma é um evento ou situação que causa danos físicos, emocionais ou psicológicos a alguém. O impacto do trauma pode variar de leves a graves e, muitas vezes, pode afetar a qualidade de vida de uma pessoa1. Existem vários tipos de trauma, cada um com suas características específicas:
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Trauma Físico: Ocorre quando uma pessoa sofre uma lesão física, como resultado de um acidente ou de violência. Pode incluir fraturas, traumatismo craniano, contusões, entre outros1.
Trauma Psicológico: Acontece quando um indivíduo experimenta uma ameaça psicológica significativa, como um evento traumático, abuso emocional ou negligência. Pode levar a transtornos como depressão, ansiedade e TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático)1.
Trauma Sexual: Ocorre quando alguém passa por um evento sexualmente ameaçador, como abuso sexual ou assédio. Pode causar danos à autoestima, confiança e capacidade de lidar com o estresse emocional1.
Trauma de Guerra: Acontece quando uma pessoa é exposta a situações estressantes relacionadas à guerra, como combate ou bombardeio. Pode levar a transtornos como depressão e ansiedade1.
Trauma Infantil: Ocorre quando uma criança é exposta a um evento estressante ou ameaçador, que pode ser físico ou emocional. Pode gerar problemas de saúde mental a longo prazo, como depressão, ansiedade e TEPT1.
Trauma Emocional: Caracteriza-se por ser um trauma que sucede quando alguém experimenta uma ameaça emocional significativa, como um evento traumático ou abuso emocional.
Trauma Complexo: Surge com momentos traumáticos que aconteceram muitas vezes, tornando difícil fugir da sensação de prisão. Pode trazer sintomas como hipervigilância e preocupação constante1.
Trauma Indireto: Surge da exposição ao sofrimento de outras pessoas, como médicos, socorristas e agentes da lei. Pode levar à fadiga por compaixão1.
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Estratégias para Lidar com o Estresse:
Práticas de Relaxamento:
Meditação e Mindfulness: A prática regular de meditação e mindfulness pode ajudar a reduzir a ativação do eixo HPA e diminuir os níveis de cortisol.
Exercícios de Respiração: Técnicas de respiração profunda, como a respiração diafragmática, podem ativar o sistema nervoso parassimpático e promover um estado de calma.
Exercício Físico Regular:
O exercício físico moderado a intenso pode ajudar a regular a resposta ao estresse, reduzir a ansiedade e melhorar o humor.
Atividades como ioga e tai chi combinam movimento físico com técnicas de respiração e meditação, proporcionando um duplo benefício.
Sono Adequado:
A qualidade do sono é essencial para a regulação do eixo HPA. Tente manter uma rotina de sono regular, evite cafeína antes de dormir e crie um ambiente propício ao sono.
Alimentação Saudável:
Uma dieta equilibrada rica em frutas, vegetais, proteínas magras e gorduras saudáveis pode ajudar a estabilizar o humor e fornecer os nutrientes necessários para lidar com o estresse.
Evite excesso de açúcar e alimentos processados, que podem afetar negativamente a resposta ao estresse.
Suporte Social:
Manter conexões sociais fortes e buscar apoio de amigos e familiares pode fornecer uma rede de suporte emocional e ajudar a reduzir o estresse.
Participar de grupos de apoio ou atividades comunitárias também pode ser benéfico.
Gestão do Tempo e Organização:
Planejar e organizar o dia-a-dia pode ajudar a reduzir o estresse relacionado ao trabalho e às responsabilidades pessoais.
Técnicas como a criação de listas de tarefas e o uso de agendas podem melhorar a produtividade e reduzir a sobrecarga.
Terapia e Aconselhamento:
Buscar ajuda profissional, como terapia cognitivo-comportamental (TCC) ou aconselhamento, pode fornecer estratégias eficazes para lidar com o estresse e tratar questões subjacentes.
Terapias como a terapia de exposição podem ajudar a reduzir os sintomas de TEPT e outros transtornos relacionados ao estresse.
Hobbies e Atividades Recreativas:
Reservar tempo para atividades que você gosta, como ler, ouvir música, pintar ou praticar esportes, pode ser uma excelente maneira de aliviar o estresse e promover o bem-estar.
Técnicas de Biofeedback:
O biofeedback é uma técnica que ensina a controlar funções corporais, como a frequência cardíaca e a tensão muscular, com a ajuda de dispositivos eletrônicos. Pode ser eficaz para reduzir o estresse e melhorar a regulação do eixo HPA.
Implementar essas estratégias pode ajudar a manter o eixo HPA equilibrado e melhorar a capacidade de lidar com o estresse de forma saudável
O Que é o Nervo Vago?
O nervo vago é o décimo par de nervos cranianos e é o mais longo do corpo humano.
Ele se estende desde o tronco cerebral até o abdômen, passando por diversos órgãos, incluindo coração, pulmões e trato digestivo.
Funções do Nervo Vago:
Regulação do Sistema Nervoso Autônomo:
O nervo vago faz parte do sistema nervoso parassimpático, que ajuda a promover a "resposta de relaxamento e digestão".
Ele contrabalança a "resposta de luta ou fuga" do sistema nervoso simpático, ajudando a regular a frequência cardíaca e a pressão arterial.
Controle da Inflamação:
O nervo vago ajuda a controlar a resposta inflamatória no corpo, comunicando-se com o sistema imunológico.
Função Digestiva:
Ele regula a digestão, influenciando o movimento dos músculos no estômago e intestino e a secreção de sucos digestivos.
Relação com Emoções e Comportamentos:
Regulação do Humor e Ansiedade:
A estimulação do nervo vago tem sido associada à redução da ansiedade e da depressão. Terapias de estimulação vagal são usadas para tratar transtornos depressivos resistentes a medicamentos.
O nervo vago pode influenciar a liberação de neurotransmissores, como a serotonina, que são cruciais para a regulação do humor.
Resposta ao Estresse:
Um nervo vago bem regulado pode ajudar a diminuir a resposta ao estresse e promover um estado de calma. Técnicas de respiração profunda e meditação podem estimular o nervo vago e melhorar a resiliência ao estresse.
Conexão Mente-Corpo:
A comunicação bidirecional entre o cérebro e os órgãos através do nervo vago sugere que a saúde física e emocional estão intimamente ligadas. Sentimentos de bem-estar podem ser promovidos por práticas que melhoram o tônus vagal.
Saúde Geral:
Um bom funcionamento do nervo vago é crucial para a saúde geral. Disfunções no nervo vago podem estar associadas a várias condições, incluindo inflamação crônica, doenças cardiovasculares e distúrbios digestivos.
Estudos e Pesquisas:
Estudo sobre Estimulação do Nervo Vago para Depressão Resistente: Pesquisas mostram que a estimulação do nervo vago pode ser eficaz no tratamento da depressão resistente a medicamentos.
Pesquisa sobre Nervo Vago e Inflamação: Estudos indicam que a ativação do nervo vago pode reduzir a inflamação no corpo, beneficiando condições inflamatórias como artrite reumatoide.
O epigenoma desempenha um papel crucial na maneira como a genética atua, regulando a expressão dos genes sem alterar a sequência do DNA. Aqui está um resumo sobre como o epigenoma influencia a genética:
O Que é o Epigenoma?
O epigenoma consiste em todas as modificações químicas que ocorrem no DNA e nas histonas (proteínas associadas ao DNA) que regulam a atividade genética. Essas modificações são conhecidas como marcas epigenéticas.
A epigenética é o estudo das mudanças na expressão gênica que não envolvem alterações na sequência do DNA. Essas mudanças são reguladas por mecanismos epigenéticos que controlam quando e como os genes são ativados ou desativados.
Principais Mecanismos Epigenéticos
Metilação do DNA: A adição de grupos metil (-CH3) ao DNA, geralmente nas ilhas CpG, pode silenciar genes ao impedir que eles sejam transcritos.
Modificação de Histonas: As histonas podem ser modificadas por adição ou remoção de grupos químicos, como acetilação e metilação, que influenciam a compactação do DNA e, portanto, a acessibilidade dos genes para transcrição.
RNA Não Codificante: Pequenas moléculas de RNA que não codificam proteínas podem regular a expressão gênica ao interferir com o mRNA ou modificar a estrutura do cromossomo.
Funções do Epigenoma
Regulação da Expressão Gênica: O epigenoma pode ligar ou desligar genes, afetando quais proteínas são produzidas em diferentes momentos e em diferentes tipos de células.
Desenvolvimento e Diferenciação Celular: Durante o desenvolvimento, as marcas epigenéticas orientam as células a se diferenciarem em vários tipos específicos, como neurônios ou células musculares.
Resposta ao Ambiente: Fatores ambientais, como dieta, estresse e exposição a toxinas, podem causar mudanças epigenéticas que afetam a saúde e a doença.
Herança Epigenética: Algumas marcas epigenéticas podem ser transmitidas de uma geração para outra, influenciando características e doenças nos descendentes sem alterar a sequência de DNA.
Exemplos de Estudo
Estudo sobre Nutrição e Epigenética: A dieta de uma mãe durante a gravidez pode causar mudanças epigenéticas que afetam a saúde do filho.
Pesquisa sobre Estresse e Epigenética: Experiências traumáticas podem alterar marcas epigenéticas, aumentando o risco de transtornos de saúde mental nos descendentes.
A EPIGENÉTICA DEFINE A IMPORTÂNCIA DO AMBIENTE NO DESENVOLVIMENTO HUMANO?
Sim, a epigenética destaca a importância do ambiente no desenvolvimento humano. A epigenética refere-se às mudanças na expressão gênica que não envolvem alterações na sequência do DNA, mas que podem ser influenciadas por fatores ambientais. Esses fatores podem incluir:
Influências Ambientais na Epigenética
Dieta e Nutrição: A qualidade da alimentação pode afetar a metilação do DNA e a modificação das histonas, influenciando a expressão gênica.
Estresse e Experiências Emocionais: Experiências traumáticas e estressantes podem causar alterações epigenéticas que afetam a saúde mental e física.
Exposição a Toxinas: Substâncias químicas como poluentes ambientais, tabaco e álcool podem causar modificações epigenéticas que aumentam o risco de doenças.
Atividade Física: O exercício regular pode influenciar positivamente a epigenética, promovendo a saúde e o bem-estar.
Importância da Epigenética no Desenvolvimento Humano
Desenvolvimento Pré-natal: Fatores ambientais durante a gravidez podem causar alterações epigenéticas que afetam o desenvolvimento do feto, influenciando a saúde a longo prazo.
Diferenciação Celular: A epigenética é crucial para que as células se diferenciem em tipos específicos, como neurônios ou células musculares, a partir de uma única célula-tronco.
Resposta ao Ambiente: A epigenética permite que os organismos ajustem a expressão gênica em resposta a mudanças no ambiente, promovendo a adaptação e a sobrevivência.
Herança Epigenética: Algumas modificações epigenéticas podem ser transmitidas de uma geração para outra, afetando características e riscos de doenças nos descendentes.
Estudos de Caso
Estudo de Fome Holandesa: As crianças cujas mães sofreram desnutrição durante a Segunda Guerra Mundial mostraram alterações epigenéticas que afetaram sua saúde metabólica e cardiovascular.
Pesquisas sobre Abuso Infantil: Crianças que sofreram abuso ou negligência mostraram mudanças epigenéticas que aumentaram o risco de transtornos de saúde mental.
O cérebro precisa de segurança física e emocional para se desenvolver adequadamente.
Estudos científicos mostram que um ambiente seguro e previsível é crucial para o desenvolvimento cognitivo e emocional,
especialmente durante a infância.
"Segura sua mão na minha: uma conexão entre neurociência e Educação" - Este estudo explora como a vulnerabilidade social pode impactar negativamente a vida humana e como práticas pedagógicas podem melhorar o desempenho da aprendizagem em contextos de alta vulnerabilidade social.
"O cérebro ansioso e a nossa necessidade de segurança" - Este artigo discute como o senso de segurança está enraizado no funcionamento do cérebro e como a ansiedade pode afetar esse senso de segurança.
"Exercício físico e função cognitiva: uma revisão" - Este estudo revisa como o exercício físico pode melhorar e proteger a função cerebral, sugerindo que pessoas fisicamente ativas apresentam menor risco de desordens mentais.
A relação entre a causa aparente e a causa real da morte é um tema complexo e importante na medicina forense e na epidemiologia.
Estudos científicos que abordam esse assunto:
"Morte na ótica da perícia criminal: conceitos, processos, diagnóstico e identificação de corpos" - Este estudo revisa a Tanatognose, que ajuda a entender os diagnósticos da realidade da morte, destacando o papel dos peritos na consideração dos sinais para compreender a cronologia da morte e desvendar sua data aproximada.
"Mortalidade segundo causas: considerações sobre a fidedignidade dos dados" - Este artigo reflete sobre a fidedignidade das causas de morte declaradas pelos médicos nos atestados de óbito, com base em estudos realizados segundo diferentes metodologias, e comenta a validade das estatísticas de mortalidade segundo causas.
https://www.scielosp.org/pdf/rpsp/2008.v23n5/349-356/pt
"Morte aparente e verificação de óbitos na medicina século XIX: algumas perspectivas de abordagem a partir das teses médicas" - Este estudo discute como a morte aparente e a verificação de óbitos se constituiu como uma questão médica no século XIX, com base em teses médicas da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro
https://seer.unirio.br/revistam/article/view/12868
O estresse na infância pode causar alterações significativas no eixo hipotálamo-pituitário-adrenal (HPA), que é responsável pela resposta ao estresse no corpo. Essas alterações podem ter efeitos duradouros na saúde física e mental.
Disfunção do Eixo HPA: O estresse crônico na infância pode levar à disfunção do eixo HPA, resultando em níveis anormais de cortisol. Isso pode afetar o metabolismo, o sistema imunológico e o equilíbrio hormonal1.
Impacto na Saúde Mental: A disfunção do eixo HPA está associada a um maior risco de desenvolver transtornos psiquiátricos, como depressão, ansiedade e esquizofrenia.
https://www.scielo.br/j/rpc/a/QjDbdbvxNPRvLjPM7yHXFXC/
ESTRESSE E SEU IMPACTO NA SAÚDE
https://www.youtube.com/watch?v=uIyYtlK7CDU
RESPOSTA AO ESTRESSE E IMPACTOS NA SAÚDE
A resposta ao estresse é uma resposta natural do corpo a situações desafiadoras, mas quando persiste por longos períodos, pode causar uma série de problemas de saúde.
Principais impactos do estresse crônico na saúde:
Problemas Cardiovasculares: O estresse crônico está associado a um aumento do risco de doenças cardíacas, como hipertensão e infartos.
Distúrbios Psicológicos: Pode levar ao desenvolvimento de transtornos de ansiedade, depressão e dependência de substâncias.
Sistema Imunológico Enfraquecido: O estresse crônico pode reduzir a capacidade do corpo de combater infecções, tornando a pessoa mais suscetível a doenças.
Problemas de Sono e Digestão: Insônia e distúrbios gastrointestinais, como gastrite, refluxo e úlceras, são comuns.
Sintomas Físicos: Dores de cabeça, dores musculares, tensão muscular, cansaço extremo e problemas de pele, como acne e alergias, podem surgir.
Esses impactos destacam a importância de gerenciar o estresse de forma eficaz para manter a saúde física e mental.
FASES DO ESTRESSE
O estresse pode ser dividido em três fases principais, conforme descrito pelo fisiologista Hans Selye em sua teoria da Síndrome Geral de Adaptação (SGA):
1. Fase de Alarme
Reação Imediata ao Estressor:
O corpo identifica um fator estressante e ativa a resposta de luta ou fuga.
Liberação de hormônios como adrenalina e cortisol pelo eixo HPA.
Sintomas físicos incluem aumento da frequência cardíaca, respiração acelerada, aumento da pressão arterial e tensão muscular.
2. Fase de Resistência
Adaptação ao Estressor:
Se o estresse continua, o corpo tenta se adaptar ao fator estressante.
A produção de hormônios do estresse é regulada, mas ainda em níveis elevados.
O corpo se esforça para manter um estado de equilíbrio, apesar da presença contínua do estresse.
Pode haver uma sensação de irritabilidade, frustração e menor capacidade de concentração.
3. Fase de Exaustão
Colapso das Defesas do Corpo:
Ocorre quando o estresse é prolongado e o corpo não consegue mais manter a resistência.
O esgotamento dos recursos físicos e mentais leva à exaustão.
Sintomas incluem fadiga extrema, depressão, ansiedade, diminuição do sistema imunológico, problemas de sono e aumento da suscetibilidade a doenças.
Compreender essas fases pode ajudar a identificar sinais de estresse crônico e buscar intervenções adequadas para prevenir seus efeitos nocivos
Interações Genéticas e Ambientais: A regulação do eixo HPA é influenciada tanto por fatores genéticos quanto ambientais. Traumas na infância, estresse crônico e ritmo circadiano desregulado são fatores que podem interagir com a genética, resultando em disfunção do eixo HPA1.
O estresse e a carga alostática estão intimamente relacionados.
A carga alostática é o desgaste acumulado no corpo devido ao estresse crônico.
Quando o corpo é exposto a estressores por longos períodos, ele tenta se adaptar, mas essa adaptação tem um custo.
Aqui estão alguns pontos importantes sobre essa relação:
O Que é Carga Alostática?
A carga alostática é o acúmulo de estresse crônico e eventos da vida no corpo, afetando diretamente muitos dos sistemas do corpo. A exposição prolongada ao estresse pode levar a problemas de saúde, como doenças cardiovasculares e função imunológica enfraquecida1.
Causas da Carga Alostática
Estresse Relacionado ao Trabalho: Prazos apertados, longas horas e altas expectativas podem levar ao estresse crônico.
Responsabilidades Familiares: Equilibrar as obrigações familiares com outras responsabilidades pode ser esmagador.
Pressões Financeiras: Preocupações com dinheiro podem desencadear uma resposta de estresse.
Problemas de Saúde: Doenças crônicas ou tratamentos médicos contínuos podem contribuir para a carga alostática.
Isolamento Social: Aumentar o suporte social pode diminuir os níveis de estresse.
Sinais e Sintomas de Alta Carga Alostática
Fadiga: Sentir-se constantemente cansado, apesar de descansar adequadamente.
Irritabilidade: Aumento da sensibilidade e rapidez para se irritar.
Distúrbios do Sono: Dificuldade para adormecer ou manter o sono.
Problemas Digestivos: Sintomas como inchaço, indigestão ou síndrome do intestino irritável.
Doenças Frequentes: Função imunológica reduzida levando a resfriados ou infecções frequentes.
Comprometimento Cognitivo: Dificuldade de concentração ou sensação de névoa mental.
Maneiras Práticas de Gerenciar a Carga Alostática
Exercício Regular: Ajuda a reduzir os níveis de estresse e melhorar o bem-estar geral.
Técnicas de Relaxamento: Meditação, ioga e respiração profunda podem ajudar a acalmar a mente e o corpo.
Alimentação Saudável: Uma dieta equilibrada pode fornecer os nutrientes necessários para lidar com o estresse.
Suporte Social: Manter conexões sociais fortes pode ajudar a reduzir os níveis de estresse.
SOBRECARGA DO SISTEMA
HIPERATIVAÇÃO EIXO HPH
RESISTÊNCIA AO CORTISOL
AUMENTO DA INFLAMAÇÃO
ALTERAÇÃO DA ESTRUTURA CEREBRAL
DOENÇAS DEGENERATIVA
IMPACTO DA REGULAÇÃO EMOCIONAL
COMPROMETIMENTO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO QUE ESTÁ CONECTADO AO SISTEMA NERVOSO
Os traumas podem ser transgeracionais, ou seja, podem ser passados de uma geração para outra.
Esse fenômeno é conhecido como
"trauma transgeracional" ou "trauma intergeracional".
Estudos mostram que experiências traumáticas vividas por pais ou avós podem influenciar a saúde mental e física dos descendentes, mesmo que estes não tenham vivido o trauma diretamente.
Como o Trauma Transgeracional Acontece:
Epigenética: Mudanças químicas no DNA causadas por experiências traumáticas podem ser transmitidas aos descendentes, afetando a expressão dos genes relacionados ao estresse e à resiliência.
Comportamentos e Padrões Familiares: Padrões de comportamento, comunicação e respostas emocionais adquiridos pelos pais podem ser passados para os filhos, muitas vezes de maneira inconsciente.
Ambiente Familiar: Crianças que crescem em ambientes onde pais ou avós sofreram traumas podem ser mais suscetíveis a desenvolver problemas emocionais e psicológicos.
Neurobiologia: O impacto de traumas pode influenciar o desenvolvimento neurológico de gerações subsequentes, afetando como elas respondem ao estresse.
Estudos e Evidências:
Holocausto e Sobreviventes: Estudos com filhos e netos de sobreviventes do Holocausto demonstraram que esses descendentes apresentam níveis mais altos de ansiedade, depressão e TEPT.
Estudos com Veteranos de Guerra: Descendentes de veteranos de guerra que sofreram TEPT mostram maiores riscos de desenvolver problemas de saúde mental.
Pesquisas com Populações Indígenas: Comunidades indígenas cujos ancestrais sofreram deslocamento forçado, genocídio e outras formas de violência mostram evidências de trauma transgeracional.
Esses estudos ajudam a entender como os traumas podem atravessar gerações e a importância de abordar e tratar esses impactos para quebrar o ciclo de trauma.
Comumente, a palavra “trauma” é empregada para descrever
situações aversivas
que envolvem estresse e produzem uma experiência negativa. Segundo Álvaro Cabral Araújo, médico e professor convidado do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), o termo é usado de forma frequente para descrever
situações de estresse e frustrações cotidianas.
Para a psicologia e psiquiatria, entretanto, a palavra é usada para descrever
experiências graves, potencialmente capazes de promover um adoecimento psíquico.
“Os manuais diagnósticos de psiquiatria como a CID-11, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e o DSM5, da Associação Americana de Psiquiatria, descrevem o trauma ou evento traumático como uma
exposição a experiências graves, como episódios concretos, ou ameaças de morte, lesão grave ou violência sexual”,
explica Araújo.
Consequências
O psiquiatra explica que “trauma” não é o nome dado para um diagnóstico psiquiátrico ou para um transtorno psiquiátrico específico. A exposição a um evento traumático não implica, obrigatoriamente, no desenvolvimento de transtornos psiquiátricos. O sofrimento e os prejuízos experienciados por pessoas que sofrem algum trauma são variáveis, e a maioria das pessoas se recupera espontaneamente.
Entretanto, existem alguns transtornos que estão relacionados a traumas e a estressores, como o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), quadro que acomete aproximadamente 10% dos indivíduos expostos a um evento traumático. Araújo pontua que, em casos de TEPT, existem critérios específicos de diagnóstico e que é possível realizá-lo. Depois que um indivíduo é exposto a um trauma, ele pode apresentar alguns
sintomas, segmentados em três grupos.
O primeiro diz respeito à
revivescência do evento traumático – também conhecido como sintoma intrusivo.
“Isso inclui
lembranças frequentes sobre o trauma, são pensamentos intrusivos;
não é que a pessoa se esforça para pensar sobre aquele tema, ela é invadida por essas lembranças. Isso pode acontecer também na forma de pesadelos e na forma de flashbacks”, exemplifica.
O segundo grupo de sintomas é o de
evitação ou esquiva.
A partir do momento em que o indivíduo desenvolve o quadro de Estresse Pós-Traumático, é normal que ele passe a evitar coisas relacionadas ao evento traumático. “Se uma pessoa sofreu um assalto caminhando em uma determinada rua, é possível que a pessoa evite passar por aquele lugar, evite estar em contato com pessoas que estavam presentes no dia do assalto, por exemplo”, explica o psiquiatra.
O terceiro grupo diz respeito a sintomas de
hiperatividade ou hiperexcitação,
em que os indivíduos afetados pelo transtorno, depois da exposição ao trauma, vivem em
estado de alerta, assustam-se com mais facilidade e são mais reativos e irritados
do que em condição normal.
Miriam Debieux Rosa, professora do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia (IP) da USP e coordenadora do Laboratório Psicanálise, Sociedade e Política (PSOPOL/IPUSP) e do Grupo Veredas: psicanálise e imigração (PSOPOL/IPUSP), pontua que o diagnóstico é decisivo para determinar o tipo de tratamento adequado para pessoas que sofreram com traumas.
Apagamento da memória
Pessoas expostas a eventos traumáticos, estressores graves ou situações emocionais muito intensas podem apresentar
manifestações de dissociação, como a amnésia dissociativa
– quadro em que alguns indivíduos são incapazes de recordar aspectos relevantes do evento traumático vivenciado.
Segundo Mario Otero, psicólogo no Ambulatório de Transtornos Somáticos (Soma) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em alguns casos, essa amnésia afeta alguns momentos da vida do indivíduo, ou pode ser mais severa, caso em que a pessoa pode esquecer quem ela é, se tem família e o que faz profissionalmente, por exemplo. “Essa dissociação ocorre para
proteger a pessoa das memórias e dos afetos ruins
ligados a algum tipo de experiência que ela não conseguiu elaborar psiquicamente”, exemplifica.
Cabral explica que existem outras manifestações dissociativas, como desrealização – sensação de
desconexão com o ambiente,
como se ele não fosse real ou se algo estivesse modificado – ou despersonalização – situação em que o indivíduo se enxerga como se estivesse de fora da situação vivida. “Esses fenômenos dissociativos podem ser descritos como uma desintegração das funções psíquicas, da consciência, das percepções, da memória. São fenômenos que podem ocorrer diante de estressores graves, provocando essa dissociação”, pontua.
Mesmo que memórias traumáticas sejam bloqueadas, situações como a reexposição a algum evento traumático ou o contato com detalhes da experiência vivida podem permitir que as lembranças sejam acessadas. No caso de uma pessoa que sofreu alguma violência sexual no final da infância ou início da adolescência, por exemplo, e passou boa parte da vida sem entrar em contato com aquela memória, é possível que esse
conteúdo seja acessado novamente, caso ela experiencie outra situação abusiva, ou ouça algum relato sobre alguma violência.
Tratamentos
Nos casos de dissociação, Otero explica que o tratamento desses quadros consiste em colocar o indivíduo afetado para relatar o que for possível e o que for lembrado e, à medida em que ele se abre para o analista, consegue acessar as experiências ruins e atribui um significado ao acontecimento.
“Quando a pessoa vai se sentindo mais segura e mais forte para se aproximar dessas experiências ruins do passado, é quase como se a dissociação, essa separação daquele conteúdo ruim, não fosse mais tão necessária”, exemplifica o psicólogo.
Miriam aponta que o grau das situações traumáticas influencia na forma como o tratamento com os afetados deve ser realizado.
“Situações violentas, por exemplo, vão ter vários níveis de elaboração, então há uma vida para lidar com as perdas, e principalmente essas muito intensas.
Mas isso não significa que a pessoa tenha que viver em sofrimento o tempo todo”, exemplifica.
Na própria psicanálise, segundo a professora, existem inúmeras abordagens a respeito do tipo de tratamento, mas
dependem do modo como o indivíduo se defende na sua organização psíquica.
Para Araújo, é importante que os indivíduos que são expostos a uma situação traumática sejam acolhidos.
“Tanto profissionais como familiares que vão prestar algum tipo de assistência no momento imediato, poucos dias após a exposição ao evento traumático, devem ter esse cuidado de não forçar a pessoa a lembrar ou contar detalhes da situação que aconteceu com ela, apenas se colocar ali à disposição, acolher e tentar fortalecer a rede de apoio”, explica.
Segundo o psiquiatra, cerca de 90% das pessoas expostas a eventos dessa natureza se recuperam completa e espontaneamente dentro de alguns dias. Entretanto, existem casos em que o indivíduo reconhece que, desde o evento traumático, apresenta prejuízos em sua função habitual. Nesses cenários é importante que busquem um tratamento psicológico com bons profissionais.
Fonte:
Beatriz Pecinato – Jornal da USP
https://bvsms.saude.gov.br/traumas-sao-experiencias-marcantes-que-podem-promover-adoecimento-psiquico/#:~:text=IN%C3%8DCIO-,Traumas%20s%C3%A3o%20experi%C3%AAncias%20marcantes%20que%20podem%20promover%20adoecimento%20ps%C3%ADquico,e%20produzem%20uma%20experi%C3%AAncia%20negativa.