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A epigenética é o
estudo das mudanças na expressão gênica que não envolvem alterações na sequência do DNA,
mas que podem ser herdadas durante a divisão celular.
Essas mudanças são reguladas por mecanismos epigenéticos que controlam quando e como os genes são ativados ou desativados.
Principais Conceitos da Epigenética:
Metilação do DNA:
Adição de grupos metil (-CH3) ao DNA, geralmente nas ilhas CpG.
A metilação geralmente silencia os genes ao impedir que a maquinaria de transcrição acesse o DNA.
Modificação de Histonas:
As histonas são proteínas ao redor das quais o DNA se enrola.
Modificações químicas como acetilação, metilação, fosforilação e ubiquitinação das histonas podem alterar a compactação do DNA, afetando a expressão gênica.
RNA Não Codificante:
Pequenas moléculas de RNA que não codificam proteínas, mas regulam a expressão gênica ao interferir com o RNA mensageiro (mRNA) ou modificando a estrutura do cromossomo.
A EPIGENÉTICA DEFINE A IMPORTÂNCIA DO AMBIENTE NO DESENVOLVIMENTO HUMANO?
A epigenética destaca a importância do ambiente no desenvolvimento humano.
A epigenética refere-se às mudanças na expressão gênica que não envolvem alterações na sequência do DNA,
mas que podem ser influenciadas por fatores ambientais. Esses fatores podem incluir:
A expressão gênica refere-se ao processo pelo qual a informação contida em um gene é usada para produzir uma molécula funcional, geralmente uma proteína, que exerce uma função específica na célula
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Influências Ambientais na Epigenética
Dieta e Nutrição: A qualidade da alimentação pode afetar a metilação do DNA e a modificação das histonas, influenciando a expressão gênica.
Estresse e Experiências Emocionais: Experiências traumáticas e estressantes podem causar alterações epigenéticas que afetam a saúde mental e física.
Exposição a Toxinas: Substâncias químicas como poluentes ambientais, tabaco e álcool podem causar modificações epigenéticas que aumentam o risco de doenças.
Atividade Física: O exercício regular pode influenciar positivamente a epigenética, promovendo a saúde e o bem-estar.
Importância da Epigenética no Desenvolvimento Humano
Desenvolvimento Pré-natal: Fatores ambientais durante a gravidez podem causar alterações epigenéticas que afetam o desenvolvimento do feto, influenciando a saúde a longo prazo.
Diferenciação Celular: A epigenética é crucial para que as células se diferenciem em tipos específicos, como neurônios ou células musculares, a partir de uma única célula-tronco.
Resposta ao Ambiente: A epigenética permite que os organismos ajustem a expressão gênica em resposta a mudanças no ambiente, promovendo a adaptação e a sobrevivência.
Herança Epigenética: Algumas modificações epigenéticas podem ser transmitidas de uma geração para outra, afetando características e riscos de doenças nos descendentes.
Estudos de Caso
Estudo de Fome Holandesa: As crianças cujas mães sofreram desnutrição durante a Segunda Guerra Mundial mostraram alterações epigenéticas que afetaram sua saúde metabólica e cardiovascular.
https://www.youtube.com/shorts/zLnZ3trpMJ8
https://www.youtube.com/watch?v=6ulusg194CE
Desnutrição da mãe deixa marcas no DNA da criança
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2810200801.htm
RESUMO:
O fardo social das doenças não transmissíveis está intimamente ligado às exposições ambientais e aos comportamentos de estilo de vida, incluindo a adesão a uma dieta materna pobre desde o período pré-implantação mais precoce do curso de vida em diante. Variações epigenéticas causadas por um estado nutricional materno comprometido podem afetar o desenvolvimento embrionário. Esta revisão resume as principais modificações epigenéticas em mamíferos, especialmente metilação de DNA, modificações de histonas e ncRNA. Essas mudanças epigenéticas podem comprometer a saúde da prole mais tarde na vida. Discutimos diferentes tipos de estressores nutricionais em modelos humanos e animais, como desnutrição materna, dietas sazonais, dieta pobre em proteínas, dieta rica em gordura e uso de suplementos de ácido fólico sintético, e como essas exposições nutricionais afetam epigeneticamente os genes-alvo e seus resultados. Além disso, revisamos o conceito de genes econômicos durante o período pré-implantação e alguns exemplos relacionados à mudança epigenética e dieta. Finalmente, discutimos diferentes exemplos de dietas maternas, seus efeitos nos resultados e sua relação com a tecnologia de reprodução assistida (TRA), incluindo suas implicações nas modificações epigenéticas.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC8774448/
Pesquisas sobre Abuso Infantil: Crianças que sofreram abuso ou negligência mostraram mudanças epigenéticas que aumentaram o risco de transtornos de saúde mental.
Um grande conjunto de evidências demonstrou que a exposição a maus-tratos na infância em qualquer estágio do desenvolvimento pode ter consequências duradouras. Está associado a um aumento acentuado no risco de transtornos psiquiátricos e médicos. Esta revisão resume a literatura que investiga os efeitos dos maus-tratos na infância na vulnerabilidade à doença para transtornos de humor, resumindo especificamente estudos transversais e longitudinais mais recentes que demonstram que os maus-tratos na infância são mais prevalentes e associados ao aumento do risco de primeiro episódio de humor, recorrência do episódio, maiores comorbidades e aumento do risco de ideação e tentativas suicidas em indivíduos com transtornos de humor. Ela resume as alterações persistentes associadas aos maus-tratos na infância, incluindo alterações no eixo HPA e citocinas inflamatórias, que podem contribuir para a vulnerabilidade à doença e um curso mais pernicioso da doença. Discutimos vários genes candidatos e fatores ambientais, por exemplo, uso de álcool/substância, que podem alterar a vulnerabilidade à doença e o curso da doença e associações neurobiológicas que podem mediar essas relações após maus-tratos na infância. Os estudos fornecem insights sobre mecanismos modificáveis e fornecem orientação para melhorar as estratégias de tratamento e prevenção.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC6939135/
https://www.scielo.br/j/rprs/a/vVDqtYxZYMDvm9t3wmBs7km/?lang=pt
Impacto do Estresse na Epigenética:
Experiências Traumáticas:
Alterações Epigenéticas: Metilação do DNA e modificações de histonas em genes relacionados à resposta ao estresse.
Risco Aumentado de Transtornos Mentais: Maior probabilidade de desenvolver depressão, ansiedade e TEPT.
Estresse Crônico:
Alterações Epigenéticas: Desregulação do eixo HPA através de mudanças epigenéticas, como a metilação aberrante de genes.
Efeitos Fisiológicos: Níveis cronicamente elevados de cortisol, levando a problemas como hipertensão e obesidade.
Abuso Infantil:
Alterações Epigenéticas: Metilação aumentada em genes envolvidos na regulação do humor e da resposta ao estresse.
Consequências a Longo Prazo: Maior susceptibilidade a problemas de saúde mental na vida adulta, como transtornos de ansiedade e depressão.
Negligência e Privação Emocional:
Alterações Epigenéticas: Mudanças na expressão de genes que regulam o desenvolvimento neuronal e a função sináptica.
Impactos Comportamentais: Problemas de comportamento, dificuldades de socialização e aumento do risco de problemas psiquiátricos.
Estresse Pré-Natal:
Alterações Epigenéticas: Modificações epigenéticas no feto que afetam o desenvolvimento do cérebro e a resposta ao estresse.
Impactos no Desenvolvimento: Risco aumentado de transtornos de desenvolvimento e problemas emocionais nas crianças.
Traumas de Guerra:
Alterações Epigenéticas: Mudanças na expressão de genes relacionados à resposta imunológica e inflamatória.
Saúde Mental: Maior risco de TEPT, depressão e outras condições de saúde mental.
Identificar um trauma transgeracional
pode ser um processo complexo, pois envolve a avaliação de padrões de comportamento, saúde mental e física que podem ser passados de uma geração para outra. Aqui estão algumas maneiras de identificar traumas transgeracionais:
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Sinais de Trauma Transgeracional
Padrões de Comportamento Repetitivos:
Observe padrões de comportamento que se repetem em várias gerações da família, como abuso de substâncias, violência doméstica, ou depressão.
História Familiar de Doenças Mentais:
Investigue a história familiar para identificar a presença de doenças mentais, como transtornos de ansiedade, depressão, ou transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) que podem indicar um trauma transgeracional.
Problemas de Saúde Físicos Recorrentes:
Problemas de saúde, como doenças cardíacas, hipertensão ou problemas digestivos, que aparecem consistentemente em várias gerações, podem estar relacionados ao trauma transgeracional.
Histórias de Trauma e Abuso:
Conversar com membros da família sobre suas experiências pode revelar histórias de trauma, abuso ou negligência que podem ter impacto em várias gerações.
Sintomas Psicológicos Sem Explicação Aparente:
Sintomas como ansiedade, pesadelos, ou reações emocionais intensas que não têm uma causa aparente podem ser indicadores de trauma transgeracional.
Ferramentas e Métodos de Identificação
Genograma:
Crie um genograma, que é uma representação gráfica da árvore genealógica, incluindo informações sobre doenças, padrões de comportamento, e relações familiares. Isso pode ajudar a visualizar a transmissão de traumas.
Terapia Familiar:
Envolver-se em terapia familiar pode ajudar a revelar e entender padrões de trauma transgeracional. Um terapeuta pode ajudar a identificar e abordar esses padrões de maneira eficaz.
Entrevistas e Histórias Orais:
Realizar entrevistas com membros mais velhos da família e coletar histórias orais pode fornecer insights sobre traumas passados e como eles afetaram gerações subsequentes.
Avaliação Psicológica:
Profissionais de saúde mental podem realizar avaliações detalhadas para identificar sinais de trauma transgeracional e oferecer intervenções adequadas.
Estudos Relevantes
Estudo sobre Trauma do Holocausto:
Pesquisas mostram que filhos e netos de sobreviventes do Holocausto podem apresentar níveis mais altos de ansiedade, depressão e TEPT, indicando a presença de trauma transgeracional.
Pesquisas com Veteranos de Guerra:
Descendentes de veteranos de guerra com TEPT mostram maior risco de desenvolver problemas de saúde mental, sugerindo a transmissão de traumas entre gerações.
Estudo sobre Populações Indígenas:
Comunidades indígenas cujos ancestrais sofreram deslocamento forçado e genocídio mostram evidências de trauma transgeracional, com impactos na saúde mental e física das gerações atuais.
Identificar e abordar traumas transgeracionais é fundamental para a cura e o bem-estar das futuras gerações.